Na Copa da África do Sul, a operadora de viagem credenciada pela Fifa no Brasil enviou ao evento cerca de 5.000 brasileiros para fazer turismo com despesas bancadas por 85 grandes empresas. Apesar de o número ser maior que as 3.500 pessoas esperadas, é 40% menor do que em 1998.
O segmento de viagens de incentivo amarga três Mundiais seguidos em queda, mas tem expectativas positivas para 2014, com a realização da Copa no Brasil.
Nesse tipo de promoção, conhecida também como viagem motivacional, as empresas levam clientes, empregados e parceiros para assistir às partidas e conhecer o país-sede do evento.
A previsão de crescimento é da Ampro (Associação Brasileira de Marketing Promocional). Mas o diretor do Comitê de Operadoras de Viagens de Incentivo da entidade, Imbrahim Tahtouh, prefere não arriscar números.
Tahtouh afirma que a maior parte dos convidados das companhias no torneio do Brasil devem ser os próprios brasileiros, já que representam uma média de 40% desse público nas Copas desde 1978.
Se as promoções retomarem o fôlego na Copa de 2014, sairão ganhando as cidades-sede do Mundial. Tahtouh diz que as despesas de um turista convidado de uma empresa podem equivaler até às de 20 turistas comuns.
Altos e baixos
Desde o torneio da França, em 1998, o interesse dos empresários nesse tipo de promoção caiu. Naquele ano, com a seleção brasileira na final, a demanda por ingressos foi tão grande que muitos "enviados" das companhias ficaram de fora da partida.
Para José Estevão Cocco, presidente da Associação Brasileira de Marketing Esportivo, em 2010 o problema está relacionado à imagem de insegurança e à falta de hotéis da África do Sul. Sua empresa, a J.Cocco, que chegou a levar mais de cem pessoas por um cliente em 2006, não foi sequer consultada para o serviço neste ano.
O resultado sul-africano, no entanto, é melhor do que o da Copa da Coreia/Japão. A divisão do torneio entre dois países e a distância do Brasil fizeram com que a agência oficial da Fifa só enviasse cerca de mil pessoas para o evento em 2002.
O mundial da Alemanha, em 2006, teve o melhor desempenho das últimas edições: 6.000 brasileiros voaram ao país em turismo de incentivo. Mas representantes do setor lembram que, no caso dos eventos europeus, um apelo é a possibilidade de fazer turismo em países vizinhos à sede da competição.